O século XX foi um período de significante instabilidade política, com duas Guerras Mundiais e a ascensão e queda de uma enorme super-potência, a União Soviética, além de inúmeros outros conflitos. De algum modo, a "modernidade" pode ser caracterizada pela rápida criação e cristalização de um grande número de nações desde o estopim da Primeira Grande Guerra cem anos atrás.
Reagindo ao tema "Absorbing Modernity", que norteou as participações nacionais na Bienal de Veneza desse ano, os curadores do pavilhão da Áustria escolheram investigar a área onde essa instabilidade política mais se sobrepôs à arquitetura: nos edifícios de Parlamento das nações ao redor do mundo.
Saiba mais sobre o pavilhão, a seguir.
Do Catálogo Oficial da 14ª Exposição Internacional de Arquitetura: Como local central de debate e legislação política, o parlamento mudou espantosamente pouco em termos de arquitetura nos últimos dois séculos. A maioria das câmaras plenárias imita a forma do antigo teatro, no qual a unidade do povo é representada. Uma minoria segue o modelo britânico com bancos opostas, baseado no conflito de opiniões.
Em termos de sua aparência externa, os parlamentos refletem as principais aspirações políticas de suas épocas, desde representar a identidade nacional até à esperança de um mundo racional, universalmente compreensivo, para além dos limites nacionalistas.
A exposição do pavilhão da Áustria examina o fenômeno do parlamento a partir de diferentes perspectivas. Por um lado, a exposição apresenta um levantamento de todos os parlamentos nacionais que existem no mundo como uma rede de ideologias arquitetônicas - um parlamento de parlamentos. Esse plenário é montado na forma de modelos na escala 1:500, representando tipos de edifícios enraizados nos séculos XIX e XX.
Por outro lado, e exibição descreve dois exemplos em detalhes, o Parlamento Austríaco em Viena, construído entre 1874 e 1883, e um projeto atual para o novo Parlamento da Albânia em Tirana, acompanhado do centro de conferência em Dalian, na China, um espaço diferente de poder construído especificamente para o Fórum Econômico Mundial na Ásia.
O pátio do pavilhão foi transformado em uma área além da arquitetura monumental, um jardim exuberante preparado para a exposição, com tema centrado no fenômeno da representação democrática. Para isso, foi desenvolvida uma instalação sonora que consiste em fazer o jardim falar através de pequenas caixas de som que transmitem vozes isoladas e também o coro de uma multidão impaciente - tweets recebidos e traduzidos digitalmente em sons.